Nossa microbiota intestinal, antes conhecida como flora intestinal, tem sido cada vez mais revelada pela Ciência. Manter o equilíbrio entre as populações de espécies de bactérias e fungos, entre outros microrganismos que ali habitam é a orientação mais atual de médicos e nutricionistas para mantermos a Saúde Preventiva e evitar muitas doenças.

A microbiota é o maior reservatório de microrganismos do ser humano. Nela residem cerca de 390 trilhões de micróbios de diferentes espécies, cada qual com sua função. Essas populações coabitam naturalmente em equilíbrio, ajudando na recuperação de energia e na absorção dos nutrientes que chegam com os alimentos que ingerimos diariamente.

Entretanto, com nossa vida moderna, estressante, quando bebemos pouca água e comemos poucas fibras e muitos alimentos refinados, com muito açúcar e sal, ocorre o que chamamos de Disbiose - um desequilíbrio entre as populações bacterianas da microflora intestinal. E quanto mais bactérias se sobrepoem desordenadamente às boas bactérias (estas chamadas de probióticos), as doenças surgem.

"A maioria das doenças começam com a disbiose. Muitas pessoas hoje têm problemas gastrointestinais, como intolerâncias a determinados alimentos, gastrites, estufamento, intestino preso, síndrome do intestino irritável, entre outros, que são desequilíbrios com direta relação aos novos hábitos de consumo de alimentos prontos. Estes, por sua vez, constituem uma dieta alimentar pobre, já que na industrialização há a exclusão das fibras e dos nutrientes dos alimentos, principalmente nos que são os mais consumidos nas últimas décadas. Por isso, recomendamos a suplementação probiótica diária. Com ela, é possível restaurar o equilíbrio da flora intestinal mais rapidamente, diz a Dra Regina Turnes, especializada em Nutrição Probiótica.

A nutricionista, que é também diretora Técnica e de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Probióticos na Microflora Nutrição Funcional, vem há mais de 10 anos aprofundando seus conhecimentos no universo dos microrganismos probióticos.

"Essas bactérias incríveis são realmente do bem, lutando pela nossa saúde", comenta. "Uma delas, das primeiras a serem qualificadas e a mais usada hoje na produção de suplementos alimentares é o Lactobacillus Acidophilus. Trata-se de um grande guerreiro, um auxiliar para o sistema imunológico. Ele se fixa às paredes do intestino deixando a mucosa intestinal forte, com suas vilosidades tonificadas. Assim, passam por ela somente os nutrientes um a um (vitaminas, minerais, outros), que são captados por células específicas para serem liberados para a corrente sanguínea e, de lá, para os demais órgãos do nosso corpo", explica a Dra Regina Turnes.

Segundo ela, há diversas evidências científicas de que os probióticos, além de reequilibrarem a microbiota, estimulam a resposta imunológica atuando na modulação de reações alérgicas (dermatite atópica, outras) e intolerância à Lactose, entre outros benefícios, a exemplo da melhoria da saúde urogenital - com eliminação do fungo cândida albicans (candidíase, sapinho) e combate à formação de pedras nos rins.

"A nutrição probiótica é vista como uma extensão da nutrição funcional, já que os probióticos são microrganismos vivos que promovem efeitos metabólicos/fisiológicos que beneficiam a saúde, assim como os alimentos funcionais promovem. A idéia de que alimentos poderiam prevenir doenças e serem usados como tratamento surgiu com Hipócrates, que dizia: 'Que o teu remédio seja o teu alimento e o teu alimento seja o teu remédio'. Hoje, sabemos que muitos nutrientes possuem propriedades funcionais como os probióticos, os probióticos e a atuação desses dois juntos como simbióticos. Eles contribuem, em especial, com a melhoria da flora intestinal, o que é um fator imprescindível no equilíbrio da mesma e na manutenção da saúde de forma geral", conclui a especialista.